sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Passeio da Maçã

Na relva, cheia de pó, cai uma maçã pequena. Ao ver-se tão suja e só começa a chorar de pena.
O galo do catavento, temendo alguma desgraça pára logo o movimento e pergunta:
- Que se passa?
- Quero ver o mundo! -Diz a maçã a soluçar. - O escaravelho é feliz pois tem patas para andar. De um alto ramo pendente via o céu, a estrada com gatos e cães e gente, mas no chão não vejo nada!
- Eu tenho uma rica ideia! -Diz o Galo e bate as asas. -Dou-te esta noite boleia para veres gentes e casas.
E assim fez, voa da igreja, põe às costas a maçã que vê tudo o que deseja até romper a manhã.
- Olha outro galo tão lindo a voar!
- Maçã pateta! - Responde-lhe o galo. - Aquilo é uma borboleta! Olha uma casa amarela! Desço até ela, já está.
Espreita pela janela e diz-me o que vês por lá!
- Por favor chega-te mais à vidraça para eu espreitar melhor.
E a maçã pôde assim ver a toalha engomada, o garfo a faca... Viu tudo e ficou encantada.
O galo regressa à sua torre da igreja aldeã, para aí contar à lua a viagem da maçã.
A maçã muito contente, diz na relva para consigo:
- Finalmente vi o mundo! E o galo é meu amigo!